O Alto Minho já está de olhos postos no TGV espanhol que, dentro de três anos, ficará a poucos minutos, por exemplo, de Ponte da Barca, e com acesso à rede europeia. Da capital espanhola, Madrid, ao coração do Minho, em comboio de alta velocidade, serão apenas duas horas e meia de viagem. “Vamos deixar de estar preocupados apenas com o turista que vem de mochila, mas também com os que cá chegarão com a comodidade do TGV”, disse à Geice o autarca de Ponte da Barca, assinalando que com a recente classificação do Parque Nacional da Peneda-Gerês – território em que o concelho está inserido – ,como Reserva da Biosfera pela Unesco “estão reunidas as condições para fazer desta região uma área de eleição para o turismo do Ambiente”.
O socialista Vassalo Abreu lembra que através da Estrada Nacional 304-1, concelhos como Ponte da Barca e Arcos de Valdevez distam pouco cerca de 50 quilómetros da paragem galega do comboio de alta velocidade. “A estação mais próxima do TGV vai ficar a poucos quilómetros daqui. Sabemos que o TGV estará em Celanova em 2013, a quarenta minutos de distância”, afirmou Vassalo Abreu. No entanto, trata-se de uma estrada que, através do Lindoso e até à fronteira da Madalena, cruza a Peneda-Gerês, com os naturais constrangimentos e dificuldades. Há muito que os autarcas locais reclamam o prolongamento do IC28 (auto-estrada entre Ponte da Barca e Ponte de Lima) até à fronteira com a Galiza, investimento que com a proximidade do TGV ganha um novo alento. Ou pelo menos uma intervenção de fundo em algumas partes da estrada nacional. “Até pode ser uma obra de recuperação da estrada e nem será preciso em todos os 25 quilómetros de extensão, até à fronteira. Deve é fazer-se alguma coisa para potenciar a paragem do TGV aqui tão perto da nossa fronteira”, reclama o autarca, que informou, no fim-de-semana, José Sócrates destas pretensões. Desta forma o Minho terá acesso, através da rede Ourense-Madrid, ao panorama europeu do transporte por alta velocidade. Mesmo antes da maior parte dos municípios portugueses.