O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse hoje ser “uma injustiça” a decisão do Governo de introdução de portagens apenas em três SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) do norte do país anunciada para 1 de Julho. “A norte ou a sul, o critério tem de se aplicar em todo o território. Julgo, sinceramente, que o Governo não o seguiu na medida em que deixou de fora da aplicação dessa regra várias concessões que foi fazendo e para as quais não tem nenhuma previsão de portagens”, afirmou o líder do PSD.
Passos Coelho falava esta quinta-feira em Paredes, um dos concelhos atravessados pela A42, uma das três SCUT que vão passar a ser portajadas a partir de 1 de Julho, apesar da oposição dos autarcas locais e de movimentos de cidadãos. O líder social-democrata lembrou que o seu partido sempre defendeu a introdução de portagens nas SCUT, “mesmo que isto possa não agradar a autarcas, do PSD”, não apenas para uma determinada região do país, como decidiu recentemente o Governo, mas para todo o território. Pedro Passos Coelho considerou que o estudo que o Governo invoca para justificar as portagens na A42 é “incompleto”, lembrando que a região do Vale do Sousa não tem verdadeiras alternativas rodoviárias à auto-estrada. “Espero que o Governo, quando implementar este sistema, tenha o cuidado de explicar ao país que ele tem que se aplicar em todo os território e não em parte”, terminou. Para dia 24 de Maio estão marcadas várias acções de protesto organizadas por movimentos de utentes das três auto-estradas em várias cidades do norte do país. Os autarcas da região também já anunciaram que vão recorrer aos tribunais para impedir o Governo quanto à introdução de portagens.