A 19 de Novembro de 2008, na localidade de Gama, nos arredores de Brasília, Portugal foi goleado, por 6-2, pelo Brasil, na última derrota da Equipas das Quinas, selecção que volta a defrontar, hoje ás 15 horas, na terceira e última jornada do Grupo G do Campeonato do Mundo África do Sul 2010. O Seleccionador Nacional, Carlos Queiroz, afirma que já esqueceu essa derrota. “Já não me lembro onde fica Gama. Vão quase dois anos de trabalho. Com o passado, construímos o futuro, mas não temos de viver do passado. Passaram muitos jogos, o conhecimento que existe é completamente diferente do que acontecia há dois anos”, referiu.
Queiroz lembrou que, na altura, tinha “no máximo dez dias de treino” com a equipa e, desde então, fez 25 jogos, o que “é substancialmente diferente”, recordando que, desde então, Portugal sofreu “apenas golos em quatro jogos”.
“No jogo com o Brasil, era necessário fazer experiências. Todos os jogos e todos os treinos servem para criar mais conhecimento. Essa derrota foi quando Pedro Alvares Cabral passou por lá”, referiu.
O Seleccionador Nacional diz que o jogo de sexta-feira, em Durban, não tem “nada a ver com vingança”. “Os que tiveram o privilégio de assistir a esse jogo sabem que, quando Portugal e Brasil jogam, tudo pode acontecer. As duas equipas vão produzir espectáculo, entretenimento”, afirmou.
Sobre o adversário da derradeira jornada do Grupo G, Queiroz considerou que “a equipa do Brasil é muito difícil de bater”. “Se for um Brasil ofensivo e nós tivermos a bola é mais fácil. É uma equipa bem organizada, sólida, realista, com muitos jogadores capazes de decidir. O Brasil joga futebol de acordo com a realidade do futebol moderno”, disse.
Para o técnico luso, “o favoritismo é só no papel”, porque no Mundial2010 estão “as 32 melhores equipas do Mundo”.
O Seleccionador Nacional considerou, também, que não existe um antes e um depois da goleada sobre a Coreia do Norte, por 7-0, na segunda jornada do Grupo G do Campeonato do Mundo.
“Não há um antes e um depois, há uma continuidade e uma consolidação do trabalho que estamos a fazer. Quando se consegue um resultado de 7-0 há que celebrar. São poucos os dias em que um jogador pode. Um treinador, normalmente, nunca está satisfeito, mas aliviado. Depois de um 7-0 fica feliz e aliviado”, referiu.
Questionado sobre se gostaria de regressar à Cidade do Cabo, onde goleou a Coreia do Norte e onde voltaria se Portugal ficasse em segundo lugar do Grupo G, Queiroz lembrou a descoberta do caminho marítimo para a Índia. “Em termos de estratégia, voltar para trás não é bom. Agora temos de ir para a ilha de Moçambique e chegar a Mombaça antes de voltar para trás”, referiu.
“Estatísticas não ganham jogos”Portugal não perde há 18 jogos e, caso não seja derrotado pelo Brasil – última equipa a vencer a Equipa das Quinas -, iguala um recorde de embates consecutivos sem desaires.
“Essas estatísticas são interessantes na preparação do nosso trabalho, positivos para a motivação, mas não ganham campeonatos. Ajudam a não perder, mas temos de fazer mais e melhor. Temos de abordar todos os jogos de uma forma correcta, que é jogar bem. Jogando bem, chegam os golos, as vitórias e as qualificações”, referiu.
Contudo, Queiroz alertou que Portugal vai defrontar o Brasil, “que é uma grande equipa, que está cheia de jogadores que podem ganhar um jogo”.
“Oxalá consigamos sair do jogo sem sofrer golos. Isso significava garantir o apuramento. Significa defender bem para atacar bem e atacar bem para defender bem. Quando temos a bola temos de explorar o que o Brasil nos pode dar, mas não podemos dar condições aos pontos fortes do Brasil”, disse.
Carlos Queiroz considerou que os brasileiros “são mortíferos e podem destruir qualquer equipa”, acrescentando que Portugal tem de “jogar com muita inteligência contra uma grande equipa”.
Portugal soma quatro pontos e segue na segunda posição do Grupo G, atrás do Brasil, que tem seis, e com mais três do que a Costa do Marfim, que tem ainda pior relação entre golos marcados e sofridos (+7 para -2).