O ex-director de Estradas do Distrito de Viana do Castelo alerta para a possibilidade de virem a ser implementados pórticos, utilizando o mecanismo de chips “numa qualquer estrada nacional ou até municipal” se assim as autarquias o entenderem, manifestando-se frontalmente contra a introdução de portagens na A28, entre Viana e Porto. António Cruz diz mesmo que a EN13, apontada pelo Governo como alternativa à A28 tem “condições favoráveis para subir o potencial risco de acidentes graves”. “Tem características urbanas, semi-urbanas e outros troços apresentam uma ocupação marginal dispersa com uma proliferação de acessos particulares e públicos, sem observarem as regras mínimas de segurança e o pavimento está sobreocupado com valas, muitas delas deformadas”, alerta o ex-director de estradas.
Profundo conhecedor das estradas do distrito de Viana do Castelo, que liderou durante oito anos, até se reformar, recentemente, António Cruz lembra que com a introdução de portagens na A28, esta via “sofrerá um decréscimo de tráfego que, em parte, se transferirá para a ex-EN13”. Assim, na A28 “aumentará, seguramente, a velocidade de circulação o que fará subir o consumo de combustível e o índice de gravidade dos acidentes e na, alternativa, ex-EN13, surgirá um acréscimo de tráfego que trará um aumento de sinistralidade, designadamente em atropelamentos”. Além disso “será agravada a poluição ambiental pelo pára-arranca e prática de velocidades muito baixas, surgindo mais poluição sonora pelo aumento dos volumes de tráfego”, para não excluir ainda a possibilidade de os municípios, para minimizar estes efeitos negativos sobre as populações, “poderão, eventualmente, introduzir posturas que condicionem ou venham a restringir a passagem de determinados tipos de veículos ou estabelecer períodos horários de circulação”. O ex-director de Estradas e Delegado da Estradas De Portugal no distrito de Viana do Castelo concluiu lembrando que com portagens na A28 “vão aparecer naturalmente pontos críticos a todos os níveis e, assim, daí emergir os tais custos sociais que por muito que sejam quantificados nunca serão avaliados na sua autentica dimensão, mas que resultarão, como primeira consequência, num duro revés na qualidade de vida das populações desta região”.