A sala do Inatel de Viana do Castelo foi pequena para acolher os apoiantes e da capital do Alto-Minho saiu esta quarta-feira o desafio para Portugal. O Presidente da República deve ter mandato único, limitado entre cinco a sete anos, para evitar posturas “maléficas” em final de mandato. O desafio foi colocado por Defensor Moura, agora formalmente candidato a Belém. Moura apresentou-se em Viana, perante mais de uma centena de apoiantes, entre os quais vários autarcas e deputados municipais socialistas, além de militantes anónimos. “Conto com os militantes de Viana do Castelo, mas não só. São poucos para aquilo que preciso”, afirmou.
“Reprovo com veemência a flexibilidade táctica no final dos primeiros mandatos, que privilegia a reeleição do titular em desfavor do exercício cabal das competências presidências, numa postura especialmente maléfica em períodos de crise como a que vivemos”, apontou o deputado socialista. Fortemente aplaudido por cerca de uma centena de populares que assistiram, em Viana do Castelo, ao lançamento da candidatura, Moura prometeu que não será “espectador, nem comentador da vida social e política do País”, numa crítica que mantém há várias semanas a Cavaco Silva. O actual presidente é mesmo o principal alvo da candidatura de Moura, que o próprio justificou, de novo, com o facto de o Bloco de Esquerda estar colado a Manuel Alegre. Com isto, insistiu, o eleitorado do centro poderia estar “Inclinado” para Cavaco, por isso Moura pretende ocupar parte desse espaço. E no dia em que arrancou a recolha das 7500 assinaturas necessárias para formalizar a candidatura, Moura ainda garantiu que na campanha eleitoral não instalará cartazes fixos para “a economia de meios que a crise impõe”. “Desde já desafio as outras candidaturas a seguirem este meu propósito de despoluição visual das cidades portugueses”, assinalou ainda o ex-autarca de Viana, sem esconder a satisfação de ter contado com o apoio de dezenas de militantes socialistas – apesar do apoio nacional “rosa” a Alegre -, na apresentação do manifesto “Contra a Resignação”.