A adminsitração da Portucel Viana, líder no mercado ibérico de produção de papel canelado, está preocupada com a falta de madeira de pinho, em Portugal, para abastecer aquela fábrica o que já obriga a importar 55% do total da matéria-prima que necessita. Os dados, que a sublinham uma preocupação a médio prazo e um acréscimo de custos no presente, foram apresentados sexta-feira ao secretário de Estado das Florestas, Rui Barreiro, que visitou a fábrica de Viana do Castelo.
Para tentar inverter a situação, que torna a Portucel uma das maiores importadoras (também exportadoras) do distrito de Viana do Castelo, aquela unidade, do grupo espanhol Europac, associou-se ao projecto Centro Pinus, que desde 1998 reúne os principais consumidores da fileira do pinho e que se debatem com problemas de fornecimento desde os incêndios de 2003 e 2005. Através do Centro Pinus, estas empresas representam 90% do consumo da fileira tradicional de pinha, matéria cada vez mais difícil de obter em Portugal. À diminuição da área de pinho disponível não são alheios factores como a falta de reordenamento florestal sobretudo em zonas de baldios e outras detidas pelo Estado e os violentos incêndios de há poucos anos, segundo dizem os principais consumidores, que apelam à intervenção do Estado num processo estruturado de reordenamento da florestal nacional. Só em madeira de pinho a área disponível em Portugal diminui 27%, para cerca de 700 mil hectares. Preocupações que o secretário de Estado, em visita a várias unidades ligadas à industria do papel.