A comissão executiva do Eixo Atlântico reforçou a sua posição contra a introdução de portagens nas SCUT do Norte, considerando que estas vão fomentar o afastamento entre Portugal e Espanha. A comissão executiva do Eixo Atlântico reuniu-se na Câmara do Porto, com as SCUT como tema principal e com o organismo a garantir que vai fazer chegar uma carta ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações português contra a introdução de portagens nestas vias de circulação do Norte. A posição do Eixo, que garante não ser “uma instituição reivindicativa”, será enviada também ao Governo espanhol.
“Constatamos que há uma dificuldade prática de estabelecimento das portagens nas SCUT no dia 1 de agosto. Prevemos uma enorme dificuldade no pagamento das portagens porque há uma afluência massiva de automobilistas que vêm de Espanha e entram nas autoestradas portuguesas”, explicou aos jornalistas o presidente da Comissão Executiva do Eixo Atlântico, Abel Caballero.Segundo o responsável, a introdução de portagens nas SCUT constitui “uma assimetria entre Portugal e Espanha” já que no âmbito da euro região e do desenvolvimento do eixo atlântico estabelece-se uma nova portagem no Norte de Portugal e não se prevê nenhuma portagem na zona da Galiza.“Há hábitos sociológicos, comerciais e de consumos muito estabelecidos entre os diferentes povos e cidades da euro região. É muito frequente que uma pessoa de Vigo venha tomar um café a Viana do Castelo ou ao Porto, ou vice-versa”, afirmou Abel Caballero, acrescentando que “o estabelecimento de portagens vai chocar contra estes”.
O presidente do Eixo Atlântico – que representa 36 autarquias portuguesas e espanholas – considera que na “lógica da euro região as novas portagens são um fator de atraso e de dificuldade da mobilidade”, sendo também um fator de “impedimento claro e nítido para a aproximação” entre Portugal e Espanha.Abel Caballero garantiu esta não é uma “instituição reivindicativa” – posição reforçada pelo vice-presidente do Eixo Atlântico e presidente da Câmara do Porto Rui Rio – e que têm “um enorme respeito por todos os governos”, sendo as posições tomadas com base nesse mesmo respeito institucional.
“Nós tratamos de refletir, e a longo prazo, porque levamos anos a impulsionar a aproximação e fazemo-lo à margem das polémicas políticas e dos acordos políticos que surgem em cada país e em cada momento. Não tem nada a ver com a política concreta no curtíssimo espaço de tempo”, garantiu.