A aldeia de Vilar Suente, em pleno coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) ficou deserta de povo e apenas os bombeiros assinalavam a presença humana naquela área da freguesia do Soajo, Arcos de Valdevez. Perto de uma centena de pessoas foram evacuadas, com as chamas e o fumo a cercarem a povoação.
“Temos os meios todos concentrados para tentar salvar as casas, mas foi melhor prevenir e levantar a aldeia toda”, explicou o vereador Martinho Araújo, responsável pela Protecção Civil. Há cerca de um mês que o concelho está a arder, com mais de uma dúzia de ignições todos os dias o que eleva para 7000 hectares destruídos pelas chamas desde Julho, ou seja perto de 10% do território do concelho. Dada a falta de meios no local, o presidente da Câmara, Francisco Araújo, viu-se mesmo obrigado a apelar publicamente à população para ajudar no combate aos fogos, já que as habitações das pessoas dos lugares de Paradela, Iísuas e Cunhas, “estavam na eminência de serem consumidas pelas chamas”. “A situação é dramática porque existe falta de meios para fazer face às dificuldades. Estou a viver o pior ano ao nível de incêndios e área ardida”, explicava Francisco Araújo, autarca de Arcos de Valdevez. Ao final do dia combatiam as chamas no concelho cerca de 120 bombeiros, 40 militares, seis aviões e um helicóptero.