O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, o também socialista José Manuel Carpinteira, garantiu à Geice não ver “muito sentido” na candidatura presidencial de Defensor Moura, outro socialista, com quem foi colega autarca do distrito durante 16 anos. “É legitimo que qualquer cidadão se possa a candidatar à Presidência da República. Não tenho nada a opor e acho que é legítima, a sua candidatura. Agora, não vejo, neste momento, muito sentido, mas ele saberá”, explicou o socialista alto-minhoto.
Recorde-se que Defensor Moura, enquanto líder da autarquia de Viana do Castelo, viu agudizarem-se as relações com os restantes autarcas socialistas do distrito aquando da recusa em integrar a Comunidade Intermunicipal do Alto-minhoto, tendo mesmo avançado para um referendo popular que lhe deu razão e ratificou a auto-exclusão. Os autarcas do distrito não perdoaram a atitude de Moura e chegaram a tentar, junto de Sócrates, a sua exclusão da lista de deputados em 2009. Apenas depois de várias semanas de negociações, e com mediação directa do líder nacional, é que a situação foi resolvida. No entanto as relações nunca mais foram as mesmas. “Eu não tenho que concordar ou discordar da sua candidatura a Belém. Mas vejo razões para o apoiar”, rematou Carpinteira. Entretanto, o candidato propôs esta semana o fim das touradas em Portugal, lembrando que esta prática foi banida “na maioria dos países civilizados”, e admite levar este assunto ao Parlamento. Moura reuniu-se em Lisboa com a presidente da associação Animal, Rita Silva, na sequência da recente proibição de realização de touradas na região espanhola da Catalunha e lembrou que Viana do Castelo, sob a sua liderança, foi a primeira cidade portuguesa a declarar-se “antitouradas”. Assumindo-se como o candidato presidencial “que é amigo dos animais”, Defensor de Moura quer “sensibilizar a opinião pública contra as touradas”, argumentando que “o sofrimento público de animais é perfeitamente inadequado”. “Creio que começa a haver uma sensibilização grande para que se avance nesse sentido. Terá de haver um consenso alargado para se conseguir obter esse objectivo. Mas pode haver objectivos parcelares e cada um à sua volta pode fazer o que pode e sabe. Fi-lo como presidente de Câmara, como deputado também vou tentar intervir”, afirmou.