Em pouco mais de cinco anos a têxtil FMAC, de Esposende, passou de 700 trabalhadores para, agora, pouco mais de quarenta. É que 151 funcionários foram de férias no inicio de Agosto e uma centena destes já sabe que não regressa ao trabalho. No entanto, afirma o sindicato do sector, ainda se trata do “inicio do pesadelo” do regresso de férias de dezenas de fábricas da região do Minho.
“Fora o caso da FMAC, podemos estar a falar de mais uma dezena de fábricas, com os dados que temos, que não vão reabrir agora em Setembro na região. Cada uma, com entre 10 a 30 trabalhadores”, explicou Manuel Sousa, do Sindicato Têxtil do Minho. Além dos 110 trabalhadores da FMAC que esta semana receberam a carta de despedimento da fábrica de Esposende, o sindicalista estima em mais 200, o número de desempregados desta indústria no final das férias. Também ontem dezenas de trabalhadores da FMAC concentraram-se à porta da fábrica de Esposende, depois de receberem, esta semana, cartas de despedimento em que a administração alega extinção de posto de trabalho. “Despedimentos que são ilegais porque a administração não cumpriu os requisitos legais”, acrescenta Manuel Sousa. Entretanto a mesma administração já deu entrada com um pedido de insolvência no Tribunal de Esposende e pretende ficar a laborar com apenas 43 trabalhadores. “Vamos accionar todos os mecanismos legais para que não fiquem impunes. Ainda em 2009, num processo que está a correr em Tribunal, esta administração despediu de forma selvagem outros 150 trabalhadores”, disse ainda o sindicalista.