Os advogados dos arguidos no caso do assalto ao museu do ouro de Viana do Castelo tentaram ligar a morte de um jovem, baleado no mesmo dia, a ajustes de contas relacionados com a “noite do Porto”. A defesa está, assim, a tentar provar que o jovem, que fazia segurança em discotecas e bares do Porto, não esteve envolvido no violento assalto ao museu do ouro de Viana do Castelo e a uma ourivesaria contígua, ocorrido a 06 de Setembro de 2007. Nesse dia, um jovem deu entrada no Hospital da Trofa com ferimentos na cabeça, provocados por tiros, acabando por morrer.
O objectivo da defesa é provar que os cinco arguidos no processo do assalto ao museu do ouro “não têm rigorosamente nada a ver” com o caso e que a acusação “teve como base as amizades da pessoa que faleceu” no dia dos factos. O tribunal já ouviu os pais e irmãos do jovem que morreu e a sua antiga namorada, que confirmaram que a vítima fazia segurança na noite do Porto e se andaria a queixar que estaria a ser perseguido e ameaçado. Relataram que alguém já tinha espetado uma chave de fendas na mão do jovem e que, por causa destas ameaças, ele estaria mesmo a pensar em emigrar para a Alemanha. Na véspera do dia do assalto ao museu do ouro, o jovem terá ido com um amigo a Coimbra, “fazer uma cobrança difícil”, como contou hoje a namorada. Estas testemunhas admitiram que o jovem poderá ter sido vítima de um ajuste de contas, relacionado com negócios da noite do Porto. Na primeira sessão do julgamento, os advogados dos arguidos já tinham anunciado que iriam tentar “desmontar o erro da investigação” que conduziu à detenção dos cinco arguidos.