Corria o ano de 1958 quando Defensor Moura, então com doze anos, avançava para a sua primeira incursão política: Distribuir propaganda e boletins de voto da candidatura do “General sem medo” tentando, ainda, escapar à PIDE. Hoje, Moura volta a invocar essa memória, ao visitar, enquanto candidato às eleições presidenciais, a localidade espanhola de Villanueva del Fresno, onde o Humberto Delgado foi assassinado pelo regime ditatorial em Fevereiro de 1965.
“Desde essas eleições que fiquei seu admirador e ainda como presidente da Câmara de Viana do Castelo tive oportunidade de o homenagear com um monumento evocativo dos 50 anos das eleições”, lembrou Defensor Moura. O candidato recordar que à data das eleições presidenciais de 1958 o pai pertencia à comissão de apoio, em Viana do Castelo, à candidatura de Humberto Delgado. “Eu tinha 12 anos e servia como correio entre os vários núcleos oposicionistas, a distribuir essas correspondências. Tive até que trocar alguns votos que vinham dentro dos envelopes, já com o nome do Américo Thomaz, o candidato do regime”, lembrou ainda. A passagem desta manhã por Villanueva del Fresno, explicou o candidato presidencial, serve como uma “homenagem” e a confirmação da sua “admiração pela coragem e determinação do General em lutar contra o sistema, em não se resignar” com a ditadura. “Como ele, eu também não me resigno com o actual estado de coisas. Não posso deixar de me identificar com ele”, acrescentou o actual deputado socialista. Entretanto lembra ter em curso uma campanha que assenta em combater, além do clientelismo, também os efeitos do “centralismo”. Nesse sentido dedicou esta semana ao sul do País, com reuniões com a Comissão de Coordenação Regional do Alentejo e com o Presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, precisamente para debater a regionalização.