Proprietários de viaturas automóveis, avariadas ou acidentadas, transportadas nos últimos dias por reboques nas antigas auto-estradas SCUT podem estar a integrar, sem o saberem, a listagem de cobrança de portagens, apesar de as mesmas constituírem apenas uma carga o que na prática representará uma dupla cobrança pela utilização da auto-estrada.
A situação é explicada pelo proprietário de uma empresa de reboques de Viana do Castelo e que a descobriu, confessa, “por engano”. “Fui para pagar a minha conta aos CTT, das vezes que passei com o meu reboque na A28, e ao dar a matrícula enganei-me e apresentei a do carro que transportei e aparecia lá a conta para pagar”, explicou Isidro Ribeiro. Acrescenta que de pronto consultou as matrículas dos restantes carros que rebocou pela A28 e ao conferir na base de dados todas elas constavam “fotografadas” para pagamento. “Ou seja os proprietários não sabem de nada, mas têm aquelas portagens para pagar. Apesar de o carro ser transportado num reboque que pagou a sua portagem”, acrescenta, ainda incrédulo, mas com as provas dessas cobranças nas mãos. O proprietário da Isimotor, empresa instalada em Serreleis, Viana do Castelo, e que conta com 7 rebocadores de serviço, garante que desde o inicio da cobrança de portagens já transportou pelo menos 12 viaturas pela A28. “Não fui conferir todas, mas se umas estão para pagamento, todas elas devem estar. Agora eu é que não tenho nada a ver com isso, aliás já tenho um prejuízo muito grande desde que começaram com as portagens”, garante. A Geice tentou uma explicação da parte do Ministério das Obras Públicas sobre o assunto, mas sem sucesso.