Dez anos depois de ter votado, sozinho e contra o partido, o Orçamento de Estado de António Guterres, Daniel Campelo, o mediático ex-deputado do CDS-PP eleito por Viana do Castelo, vê com apreensão a situação que envolve o orçamento para 2011. À Geice disse mesmo que “há demagogia da parte de quem tem a obrigação de criar condições de governabilidade do País” e que “não tem outra alternativa de votar, ou pelo menos permitir que orçamento seja aprovado”. “Em vez disso estão todos numa ansiedade permanente, de agravamento, quando toda a gente sabe que vai e tem que ser aprovado”,afirma.
Mas viabilizar o orçamento “não quer dizer que nos responsabilizamos por ele mas que criamos condições para que alguém assuma essa responsabilidade. Ou seja, o Governo. E é o que eu acho que se está a repetir dez anos depois do que aconteceu comigo e com o Orçamento de Estado do PS de Guterres”, acrescenta Campelo, agora retirado da vida politica. Se o caminho para viabilziar o orçamento, em vez de um partido for um grupo de deputados, campelo não tem dúvidas: “Devem apelar primeiro à sua consciência, tal como há dez anos isso continua a ser válido. Se os partidos não têm sentido de Estado para perceberem a gravidade da situação e criarem de uma vez por todas as condições para a sua viabilização, alguns deputados poderão fazê-lo. Mas o que conta é a consciência de cada um. Se possível conciliando com o partido. Se não der, primeiro vale a sua consciência, como eu o fiz. O próprio militante do CDS-PP diz que se hoje fosse deputado, votaria o orçamento. “Se não houve solução à vista, obviamente que cada um tinha que assumir a sua responsabilidade, de acordo dom a sua consciência. Eu faria a mesma coisa e alias, hoje sente-se que há um apelo para que volte a acontecer no Parlamento o que aconteceu há dez anos: Ou seja alguém que se encarregue de acabar de viabilizar o orçamento e deixe cair este drama que impede o Pais de falar de outros problemas importantes”.