Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo poderão reduzir para menos de 500 trabalhadores a breve prazo, cenário longe dos quase mil de há ainda há pouco dois anos. Essa poderá ser, de resto, uma das consequências do estudo de viabilidade que a nova administração está a fazer, e o próprio Coordenador da Comissão de Trabalhadores da empresa admite. “Se pode funcionar bem com 500 trabalhadores? Claro. Desde que bem gerido, com uma boa estrutura”, afirmou esta semana António Barbosa.
Palavras que não caíram bem dentro da classe operária, actualmente cifrada em mais de 760 e que a curto prazo pode ser reduzida, fruto da reestruturação. Apesar de admitir um cenário de quase metade da força laboral daquela que os ENVC tinha há pouco mais de dois anos, António Barbosa confessa por outro lado o problema do “know-how” destes trabalhadores. “A forma como essas saídas possam acontecer pode ser o delapidar dessa experiência e se isso acontecer a empresa não vai ter pernas para andar”, vaticinou. E com um cenário de privatização à porta, défice acumulado de superior a 130 milhões de euros e ausência de mais encomendas, a Greve Geral já convocada pode ser um escape para a revolta. “Cada trabalhador vai decidir por si. A Comissão de Trabalhadores na altura própria vai tomar uma posição”, alertou, sublinhando. “Todos têm que se lembrar que esta casa sem trabalhadores não funciona”.Certo é que com esta possível redução de trabalhadores, admitida a nível da CT, está instalada alguma revolta no interior dos ENVC, como apuroua Geice. “É que 500 trabalhadores é uma boa marca porque podem dar trabalho a mais mil ou dois mil em subempreitadas especializadas que os ENVC não têm”, adverte António Barbosa. Em causa está o plano de viabilização dos Estaleiros, cuja nova administração deve apresentar até ao final do ano ao Governo e que poderá passar pela aposta na componente industrial e redução de postos de trabalho. “Não posso assegurar a manutenção de todos estes postos de trabalho.