Os cinco pescadores das Caxinas, Vila do Conde, que hoje morreram num acidente de viação na EN-13, em Valença, regressavam a casa após terem descarregado no porto de Vigo o pescado numa safra do espadarte. Segundo o presidente da Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar, José Festas, as vítimas eram pescadores da embarcação “Fascínios do Mar”. “Como é habitual na safra do espadarte, descarregaram o pescado no porto de Vigo e regressavam a casa de carrinha”, explicou. Salientou que a pesca do espadarte decorre ao largo dos Açores e prolonga-se por “pelo menos 15 dias”.
Os cinco pescadores das Caxinas morreram hoje na EN-13, em S. Pedro da Torre, Valença, quando a carrinha de nove lugares em que seguiam embateu nas traseiras de um camião estacionado na berma da estrada.Segundo Eduardo Afonso, responsável da Protecção Civil de Valença, do acidente resultaram ainda mais quatro feridos.O mesmo responsável acrescentou que o acidente se registou “numa zona de reta”, havendo no pavimento apenas um sinal de travagem “muito curta”.
Um pescador “inspira bastantes cuidados”, os outros três feridos “estão bem”
Um dos pescadores feridos no acidente hoje, sofreu um traumatismo craniano grave e “inspira bastantes cuidados”, informou fonte do Hospital de S. Marcos, em Braga.Segundo a fonte, o ferido, de 50 anos, está “em estado reservado”, encontrando-se sob acompanhamento do serviço de neurocirurgia.Do acidente resultaram ainda outros três feridos, dois pescadores e a mulher de um deles, que foram transportados para o Hospital de Viana do Castelo e que, segundo o presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário de Almeida, “estão bem”.“Estive a falar com os três, estão bem”, disse, à Lusa, o autarca, que se deslocou ao Hospital de Viana do Castelo para se inteirar da situação e acompanhar as famílias das vítimas.Os cinco mortos no acidente são todos pescadores das Caxinas, Vila do Conde.Segundo Mário de Almeida, os oito pescadores envolvidos no acidente tinham regressado sábado da pesca do espadarte, na embarcação “Fascínios do mar”, uma safra que durou 15 dias, tendo nesse dia descarregado metade do pescado no porto de Vigo.Na noite de segunda feira, deslocaram-se novamente a Vigo para descarregar a outra metade do pescado, e hoje de manhã a mulher do mestre da embarcação foi àquela cidade da Galiza buscá-los, estando previsto que ainda almoçariam em casa.Na viagem de regresso, foi o mestre da embarcação, José Domingos Moreira, quem assumiu o volante da carrinha de nove lugares, uma Renault com matrícula deste ano.Pouco antes do meio dia, em S. Pedro da Torre, Valença, numa zona de reta da EN13, a carrinha embateu “com extrema violência” na parte lateral de um camião que estava estacionado na berma, perto de um restaurante.As autoridades admitem que o excesso de velocidade possa ter estado na origem do acidente, já que a carrinha “quase levou o camião à sua frente”, ficando “completamente desfeita”.Três das pessoas que sobreviveram seguiam nos lugares da frente da carrinha.O presidente da Câmara de Vila do Conde já garantiu que o Município vai disponibilizar os seus serviços de psicologia, assistência social e sociologia para apoiar as famílias das vítimas.“Ironicamente, quando a notícia chegou, eu estava num convívio com cerca de 600 pessoas da comunidade piscatória do concelho, algumas das quais familiares das vítimas do acidente”, referiu Mário de Almeida.