O coordenador da Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), anunciou quinta-feira que a empresa entregará “até dezembro” o primeiro dos seis navios de patrulha oceânica (NPO) encomendados pela Marinha portuguesa. O Ministério da Defesa Nacional tinha anunciado para janeiro de 2010 a entrega do primeiro NPO, mas o navio continua nos ENVC, apesar de, como sublinhou o coordenador da Comissão de Trabalhadores, António Barbosa, “estar pronto a operar”.
“O navio navega, funciona. Agora há acertos do ponto de vista da automação, que é mais rigorosa por ser um navio militar, para trabalhar e operar em tempo de guerra. Tem requisitos que um navio comercial não terá”, explicou.Lembrou que se trata de um “projeto totalmente novo”, pelo que o primeiro da série “tem um conjunto de requisitos de acerto mais morosos”, mas garantiu que será entregue até dezembro.“Os seguintes já sairão com uma cadência adequada”, disse ainda, adiantando que o segundo NPO poderá ser entregue à Marinha no primeiro trimestre de 2011.Em março de 2009, a Marinha portuguesa assinou com os ENVC contratos para a construção, ao longo de cinco anos, de navios e lanchas, cujo valor ascende a 500 milhões de euros.Os contratos dizem respeito à construção de dois navios de combate à poluição e cinco lanchas de fiscalização costeira, com possibilidade de opção por mais três, e seis NPO.Os NPO vão substituir as corvetas da classe João Coutinho, já com 40 anos de vida.Estas encomendas da Marinha são as únicas da atual carteira dos ENVC, mas a Comissão de Trabalhadores espera que “a todo o momento” arranque a concretização de dois contratos para quatro navios.Em causa está a construção de dois ‘ferries’ para um armador grego, um negócio que poderá ascender a mais de 120 milhões de euros, e de dois asfalteiros para a Venezuela, no valor de cerca de 130 milhões de euros.Em ambos os casos, há opção por mais uma embarcação.“Os contratos estão assinados e em termos técnicos está tudo resolvido e tudo discutido até ao mais ínfimo pormenor. Falta apenas afinar questões que se prendem com os negócios bancários, entre banca e armadores”, explicou António Barbosa.