Defensor Moura apostou o tudo por tudo hoje na terra natal desdobrando-se em beijos e apertos de mão pelas principais ruas do centro de Viana do Castelo, sem bandeiras nem bombos mas apelando ao voto no próximo domingo. O antigo autarca de Viana do Castelo percorreu o centro histórico, entrou e saiu de lojas, conversou com conterrâneos, ouviu por quatro vezes o cantar dos reis pelas crianças da cidade e distribuiu os panfletos da campanha que promoveu contra a resignação. Sem bandeiras nem bombos, o candidato independente passou a manhã acompanhado de cerca de três dezenas de apoiantes e garantiu, já em jeito de conclusão deste trajeto para as presidenciais, que conseguiu passar a mensagem.
“O retorno de informação que tenho tido, as pessoas que mandam mensagens e das que encontro na rua é de que gostaram deste tipo de campanha que é clara e transparente e que transmite ideias mais do que bombos e festa”, sublinhou. Considerou ainda que, “andar a percorrer todo o país, rodeado sempre das mesmas pessoas, com as mesmas bandeiras e os mesmos bombos, não é conhecer o país”. “Conhecer o país é contactar individualmente com as pessoas e saber o que elas sentem diretamente”, frisou.
No dia em que as sondagens apontam para uma reeleição de Cavaco Silva à primeira volta e colocam o candidato do Minho nos últimos lugares das intenções de voto dos portugueses, Defensor Moura salientou que mais importante que o resultado, são as ideias que foram ouvidas por muito mais gente do que as que o ouviriam se não fosse candidato. “Não foi tão longe como eu queria, mas pelo menos foi lançada a ideia e se houve debate sobre a corrupção, menos do que o que eu gostava que houvesse, foi porque eu introduzi esse tema na campanha”, afirmou. E disse ainda que “estão enganados” os que pensam que não há corrupção em Portugal ou que pensam que não vale a pena discutir o tema. “Vale a pena discutir, porque a corrupção é um ponto importante e a regionalização é um bom combate contra a corrupção”, acrescentou. Defensor Moura garantiu não estar “desanimado” e frisou que está preparado para enfrentar novas lutas sem, no entanto, adiantar se se pretende voltar a candidatar à Presidência da República. Para já sabe que a partir de terça-feira vai ocupar de novo o seu lugar na Assembleia da República (AR) e que pretende escrever sobre as suas experiências. “Eu sou um homem de trabalho. Já trabalho desde os 18 anos e nunca tive apenas uma ocupação, sempre tive várias, e até estou a achar que agora estou pouco ocupado, tenho ido poucas vezes à AR”, referiu.