A Direcção da APPACDM diz que não há motivos para que se mantenha a greve de trabalhadores agendada para segunda-feira, entre as 10 e as 13 horas. Manuel Domingos, o dirigente da instituição, chamou os jornalistas para “desmontar” os argumentos que serviram de base à convocação da greve. A APPACDM nega que haja incumprimento dos direitos dos trabalhadores, frisando que para além de já ter aberto um concurso para promoção de categoria de diversos funcionários, mesmo sem obrigação para fazer, e que as negociações relativas aos horários são competência, a nível nacional, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.
Quanto aos atrasos no pagamento de salários, sublinha que os vencimentos foram pagos a 10 de Fevereiro e que os atrasos registados não se devem a má gestão mas sim a “adiamentos ou atrasos de transferências financeiras por parte do Estado”. Transferências que, diz Manuel Domingos, começam agora a ser normalizadas e das quais a APPACDM depende, já que normalmente equivalem aos gastos com salários que a instituição tem. Neste momento, os clientes da instituição, entre os quais a própria Administração Central, têm em atraso cerca de 200 mil euros para o pagamento de serviços prestados. Perante os argumentos apresentados, e que também já são do conhecimento dos trabalhadores, Manuel Domingos entende que já não há “legitimidade” para a manutenção da greve. Refira-se que a APPACDM tem 420 trabalhadores, o que implica um gasto líquido mensal de 210 mil euros, isto para além de servir 750 pessoas com deficiência de todo o distrito. Números que fazem com que a APPACDM esteja entre os cinco maiores empregadores do distrito de Viana do Castelo.