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Familiares de pescadores do navio “Ana da Quinta”, que está incontactável desde quinta-feira, concentraram-se esta sexta-feira junto à casa do armador, em Vila Praia de Âncora, mas continuam sem notícias do pesqueiro que devia regressar dentro de uma semana.“Não sabemos de nada. Tentamos ligar para o telefone satélite e nada, há uns dias que não falo com o meu pai”, disse Cristiana, filha do Octávio Alves, 45 anos e mestre do barco, que tinha partido há precisamente duas semanas para a faina do espadarte.
À porta de casa do armador do navio, em Vila Praia de Âncora, concentraram-se esta tarde alguns familiares de pescadores, mas António Cunha pouco sabe dizer. “Ele não tem mais informações. Não diz porque também não sabe”, acrescentou Cristiana. A bordo do “Ana da Quinta” estão seis pescadores de Vila Praia de Âncora e três de nacionalidade indonésia. Vasco Presa, presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, confirmou que nos últimos cem anos aquela comunidade viu perder, no mar, 41 homens. “Esperamos que não se confirme uma tragédia. Seria a pior da nossa história”, disse ainda. Vasco Presa, também ele pescador, explicou que no local onde os pescadores estarão desaparecidos o mar “é muito alteroso” e “ameaçador”. “A nossa Fé é que seja uma avaria nos instrumentos de comunicação e que o avião os encontre antes de alguma tragédia”, desabafou ainda. O “Ana da Quinta” é um barco de 24 metros de comprimento, em ferro, e com nove anos, sendo um da frota de quatro do armador António Cunha. Desde as 09:00 de quinta-feira que está incontactável. Fonte da Marinha disse que foram encontrados destroços no local onde o navio comunicou pela última vez, mas que ainda não foram identificados. Uma aeronave de patrulha marítima (P3Orion) da Força Aérea descolou ás 21:30, de Beja, para permitir as buscas durante a noite do pesqueiro desaparecido desde quinta-feira nos Açores, informou fonte da Marinha. A mesma fonte explicou que seguem para o arquipélago duas tripulações para permitir realizar as buscas sem interrupções. Ao final da tarde, desta sexta-feira destroços “não identificados”, mas possivelmente de um navio, foram encontrados nas proximidades do local, onde pela última vez foi registada a presença do pesqueiro, que tinha nove homens a bordo. Entre a tripulação encontram-se cinco pescadores de Vila Praia de Âncora e “pelo menos” três indonésios. O pesqueiro, que deixou de estar contactável numa zona com vagas de quatro a cinco metros, pertence a um armador de Vila Praia de Âncora, António Cunha.
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