O ex-presidente da Câmara de Ponte de Lima e actual líder “centrista” no distrito de Viana do Castelo , Daniel Campelo, vai defender no congresso do partido, este fim de semana, o “regresso ás origens da fundação do CDS-PP” através da regionalização.À Lusa, Campelo sublinhou que “a oportunidade de discussão do tema é ainda maior no momento em que o Partido Socialista faz marcha-atrás e, de forma inexplicável, o seu secretário-geral deixa cair uma das suas bandeiras de longos anos”.
Ou seja, acrescentou, José Sócrates “reforça a ideia que os defensores da regionalização tinham dos agentes que habitualmente exercem o poder central: na boca têm palavras e no pensamento e na acção agem em sentido contrário”. Daniel Campelo, que há dez anos negociou directamente com Sócrates, então como deputado do CDS-PP, a viabilização do Orçamento do Estado do Governo PS, vai ao congresso do partido, em Viseu, defender a regionalização como bandeira. “Se o CDS vier a dar esse contributo precioso ao país estará, seguramente, a regressar às origens da fundação do Partido e a contribuir para encurtar distâncias no espinhoso caminho que nos conduza à criação das Regiões, reduzindo os riscos do aproveitamento do tema para arremessos partidários”, sustentou. Campelo volta a marcar presença num congresso do CDS-PP, depois de vários anos de ausência, em rotura com o líder do partido, Paulo Portas, precisamente para reclamar a “urgência” que Portugal tem na regionalização. Acrescenta que “nas horas mais dramáticas e de maior sufoco, o país precisa de reflectir e de ganhar coragem para dar passos seguros” no sentido da “modernidade e justiça social” que “coloque os cidadãos de todo o território no mesmo plano de oportunidades e de aplicação da riqueza nacional”. Como diagnóstico da situação actual, Campelo lembra que Portugal está hoje “mais assimétrico, injusto na distribuição da riqueza, ineficaz no aproveitamento dos recursos nacionais, menos competitivo na utilização dos potenciais regionais” ou, rematou, “mais centralista e mais burocrático”.