A administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo acredita que a apresentação do primeiro Navio de Patrulha Oceânica (NPO) pode abrir portas a mercados internacionais. O NRP Viana do Castelo foi apresentado oficialmente esta quinta-feira. Neste momento, os Estaleiros já constroem o NRP Figueira da Foz, que deverá ser entregue à Marinha no mês de Setembro. Carlos Veiga Anjos, presidente do Conselho de Administração, anunciou que mais dois navios vão começar a ser construídos ainda este ano.
Os dois navios, NPO Viana do Castelo e NPO Figueira da Foz custaram mais de 102 milhões de euros. Saldanha Lopes, chefe do Estado-Maior da Armada, disse que estes navios encomendados aos Estaleiros são muito aguardados porque vão substituir as corvetas da Marinha, que já têm 40 anos. O almirante Saldanha Lopes disse estar “muito satisfeito” com o NPO Viana do Castelo, pois “preenche todos os requisitos e passou todos os testes”. Veiga Anjos, da administração dos Estaleiros, afirmou que espera que a construção dos Navios de Patrulha Oceânica vá abrir as portas dos ENVC a mercados internacionais. Admitiu que já existem “conversações” nesse sentido. O Capitão-de-Fragata César Manuel Pires Correia é o comandante do NPO Viana do Castelo. Destacou a “imponência” do navio e o equipamento disponível, que inclui, por exemplo, uma grua, um heliporto e duas embarcações semi-rígidas. O navio está preparado para uma guarnição permanente de 38 pessoas, entre praças, sargentos e oficiais. Tem ainda uma peça de artilharia que, dentro de um ano, deverá ser substituída por uma arma semi-automática. O navio está equipado com espingardas G3 e pistolas. O NRP “Viana do Castelo” foi concebido como navio “não combatente” e destina-se prioritariamente a exercer a Autoridade do Estado e a realizar Tarefas de Interesse Público nas áreas de jurisdição ou responsabilidade Nacional. A construção dos navios da classe Viana do Castelo decorre de um contrato de 500 milhões de euros assinado com os ENVC para a construção, ao longo de cinco anos, de seis NPO, dois navios de combate à poluição e cinco lanchas de fiscalização costeira. Ainda não se sabe quando será a primeira missão do navio pois vai, segundo Saldanha Lopes, passar por um “processo de treino”. O almirante diz que o navio pode ter de voltar a Viana para corrigir “certos aspectos” mas acredita que ainda este ano possa sair para a sua primeira missão. Por agora, sabe-se apenas que dia 22 de Maio, no Dia da Marinha, vai estar atracado no estuário do Sado, em Setúbal, para receber visitas.