Futebol: Freira que vive no convento de Viana vaticina vitória por 1-0 do FC Porto na final da Liga Europa

Se depender da fé da freira Maria de Lurdes Araújo, o FC do Porto “já ganhou” a final da Liga Europa, por 1-0, com golo de Falcão, frente ao Sporting de Braga. Maria de Lurdes é uma das três freiras que vivem no convento de Viana do Castelo das Irmãs Reparadoras Missionárias da Santa Face, uma ordem cujo hábito é… azul e branco, precisamente as cores do FC Porto.

 
“Assim, ando sempre à Porto”, refere, com humor, aquela irmã “doida pela bola”, que já tem lugar cativo frente à televisão para assistir à final da Liga Europa, que quarta-feira vai opor, em Dublin, o “seu” FC Porto ao Sporting de Braga. Desta vez, porém, não será no convento onde habitualmente vive, em Viana do Castelo, que vibrará com as defesas de Helton, as fintas de Moutinho, as arrancadas de Hulk e o faro pela baliza de Falcão, já que estará ausente em serviço, até quinta-feira. Apesar dos milhares de quilómetros que a separam do palco da final, a religiosa promete “não parar de puxar” pelos jogadores portistas e “fazer toda a força” para que a vitória não deixe de sorrir aos pupilos de André Villas-Boas. “Eu sei que nem será precisa a minha ajuda, porque o Porto este ano está imparável, mas às vezes dou por mim a tentar marcar um golo na baliza adversária. A verdade é que vibro com o futebol, sobretudo quando em campo está o meu clube”, refere. Ressalva que o Sporting de Braga “também é uma equipa muito boa, ou não fosse treinada por um antigo jogador do FCP [Domingos Paciência]”, mas vaticina que “não terá hipóteses”. “O Porto está a fazer uma época de sonho, já ganhou o campeonato, agora vem a Liga Europa e depois a Taça de Portugal”, atira, convicta. Maria de Lurdes já jogou futebol federado, durante quatro anos, no clube da Correlhã, Ponte de Lima. Atuava a defesa central e, na altura, tentava imitar Lima Pereira, que jogava na mesma posição no FC Porto. Esta “especialista” no lugar defende que Otamendi e Maicon podem ser as opções para a final de Dublin, apesar das boas prestações de Rolando ao longo da época. “Transmitem mais segurança”, justifica. Quarta-feira, por estar ausente do convento, Maria de Lurdes não poderá tomar o pequeno almoço pela sua caneca habitual, com o símbolo do clube das Antas estampado. Mas retomará o ritual logo que regressar. “Cheira-me que da próxima vez que beber por aquela caneca vou sentir uma sensação ainda mais especial”, remata.