Apesar dos incêndios de 2010, que consumiram mais de 10 mil hectares de área verde, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) apresenta já importantes sinais de regeneração. Lagido Domingos, director do Parque, diz que sempre acreditou na capacidade de regeneração, mas admitiu que “será preciso fazer alguma condução dessa recuperação porque os ritmos são diferentes”.
O responsável afirmou que a natureza tem uma grande capacidade para ”resistir aos atentados que vai sofrendo”. Apesar disso, admitiu que a recuperação dos povoamentos arbóreos “será mais demorada”. Segundo o levantamento do Instituto para a Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), em Julho e Agosto os incêndios consumiram cerca dez mil hectares de área verde do Parque Nacional da Peneda-Gerês, ou seja 11,7% do parque. O Instituto aponta para a perda de mais de 2700 hectares classificados como de Protecção Total, essencialmente na zona da Mata do Cabril, em Ponte da Barca. A situação foi proporcionada, sobretudo, por quatro incêndios, todos com início fora da área do Parque, nomeadamente um que durante quinze dias lavrou entre a Serra Amarela e a Mata do Cabril, destruindo 3500 hectares. Há ainda o incêndio em Arcos de Valdevez, no Soajo, que durante dez dias destruiu quase 2500 hectares. Um cenário que Lagido Domingos admite ter sido “mau” e que se deve a um “problema da articulação do homem com o território”. Para 2011 está prevista a instalação de dois pontos de vigilância permanente, nos locais mais afastados do parque. Segundo o director, “serão equipas de vigilância com capacidade de primeira intervenção para evitar a propagação de incêndios. Resolvem os problemas cá dentro, mas não quando os fogos começam fora do parque”.