A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo admite a existência de um défice de 11 milhões de euros no Fundo de Pensões dos ENVC mas diz que este é um problema antigo, “não é de agora”. António Barbosa, da Comissão de Trabalhadores, diz mesmo que este cenário “existe desde o início do Fundo”, criado em 1987. Afasta o cenário de insolvência por considerar que “antes de isso acontecer ainda há muito trabalho a fazer”.
Recorde-se que o Fundo de Pensões dos ENVC visa atribuir complementos à reforma dos trabalhadores da empresa. O fundo deveria ter uma dotação financeira de 24 milhões de euros, mas conta com apenas 13 milhões. António Barbosa diz que os trabalhadores foram informados desta situação nos últimos dias, em dez plenários sectoriais organizados nos Estaleiros. António Barbosa admite que a empresa “não cumpre os requisitos mínimos” mas diz que a insolvência é uma hipótese distante. Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo contam com 700 funcionários e várias centenas de ex-trabalhadores beneficiam do complemento de reforma. O Fundo de Pensões é assegurado na totalidade pela empresa pública. Está agendada para o dia 14 de Junho uma Assembleia Geral de accionistas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. O encontro tem por objectivo que os accionistas se pronunciem sobre o estudo de reestruturação dos Estaleiros que, desde 2 de Fevereiro passado, se encontra nas mãos do Estado para apreciação. O reforço do fundo de pensões pode ser feito com uma parte da verba a injectar no âmbito do plano de reestruturação. Até ao momento, não foi possível ouvir a administração dos Estaleiros sobre o défice no Fundo de Pensões.