O bispo de Viana do Castelo vai reunir sexta-feira com a administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo para abordar a necessidade de apoio aos 380 funcionários a dispensar pela empresa, actualmente com 720. O bispo Anacleto Oliveira explicou que o encontro foi pedido pelo presidente da administração. A reunião vai servir para definir o apoio a dar aos trabalhadores que vão ser dispensados.
O prelado manifesta “disponibilidade” para apoiar a administração, apesar do “sacrifício” que será pedido aos trabalhadores. Anacleto Oliveira, em funções há precisamente um ano, considera que na situação actual os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), “com 200 milhões de euros de dívidas, e cujos débitos se agravam, não têm futuro”. Antes de definir eventuais acções de apoio a estes trabalhadores, Anacleto Oliveira vai reunir com os párocos de Monserrate, onde a empresa está instalada há 67 anos, e Santa Maria Maior, ambas na cidade de Viana. “O que podemos fazer é acolher essas pessoas e ajudá-las” e, ao mesmo tempo, “pedir a Deus que a empresa não feche porque é fundamental para a cidade, para o distrito e para o país”, salientou o bispo. No entanto, desde já admite que será necessário envolver neste processo de apoio também a Caritas Diocesana e outros párocos do concelho.
O bispo de Viana enaltece ainda o trabalho da administração da empresa, e “embora alguns trabalhadores tenham posto em causa a seriedade” destes elementos, diz-se “convencido que essa posição não corresponde ao que os operários realmente acreditam”. “Eles sabem bem os esforços que têm sido feitos”, salienta o bispo, acrescentando que a decisão agora anunciada “foi ponderada e adiada” durante “vários meses”.