A instalação de uma pequena fábrica de produção de sabonetes a partir de algas é um dos seis projectos aprovados para o litoral minhoto no âmbito do Promar e avaliados em mais de 326 mil euros. Os promotores das candidaturas anunciaram hoje que esta unidade de produção semi-industrial deverá absorver a maioria dos 12 postos de trabalho que os seis investimentos aprovados esta semana no Programa Operacional Pesca (Promar) vão criar no Minho.
A fábrica vai nascer em Caminha, fruto de um investimento privado comparticipado em 60 por cento pelos fundos comunitários do programa. Até 2013 estão previstos 4,3 milhões de euros para apoiar o reforço da competitividade da pesca e valorização dos produtos locais, além da diversificação e reestruturação da própria actividade. As verbas do Promar serão canalizadas também para a “integração das actividades do sector com outras actividades económicas e promoção da pluriactividade, por meio da criação de empregos”, anunciou o Grupo de Acção Costeira (GAC) do Alto Minho. Os apoios financeiros são geridos precisamente por esta estrutura, que reúne as câmaras de Esposende, Viana do Castelo, Caminha e Vila Nova de Cerveira. O autarca de Viana do Castelo, José Maria Costa, apresentou hoje as seis candidaturas já aprovadas, numa ordem média de 20 a 50 mil euros por projecto, e que englobam ainda o turismo náutico, atividades marítimo-turísticas, a transformação de recursos endógenos ou a criação de uma plataforma de certificação da lampreia e do sável do rio Minho. Segundo José Maria Costa, trata-se de apoios à catividade piscatória, de forma indirecta, e vão abranger os quatro concelhos daquela área geográfica. “Sendo um sector que está em perda, pretende-se criar condições para as pessoas que estão ligadas à actividade terem actividades complementares de diversificação, que possam ajudar a garantir uma sustentabilidade das famílias”, explicou.
Uma complementaridade que, nestes projectos, é fomentada, por exemplo, por passeios náuticos ou actividades desportivas no mar “que podem potenciar a ocupação das pessoas em determinadas alturas”. Além da vertente turística, estes apoios visam ainda a “criação de valor acrescentado” dos produtos locais. É o caso da fábrica de sabonetes a partir de algas, mas também do projecto de âmbito regional “KM 0”, em que restaurantes e pescadores são chamados a integrar uma rede que certifica que o pescado que chega até ao cliente tem origem na região. “Significa menos carbono, menos transporte, maior qualidade”, explicou Francisco Portela Rosa, um dos responsáveis pelo projecto “KM 0”, que também será comparticipado pelo Promar. Segundo os promotores, estão previstos pelo menos mais dois avisos de concurso por parte do GAC do Alto-Minho ao longo de 2011.