A Federação Portuguesa de Naturistas admite pedir a oficialização da prática de nudismo na Praia de Paçô, em Carreço, Viana do Castelo, mas a Junta de Freguesia local já garantiu que a resposta será “não”. “Não aceitamos, está fora de questão. Terminante e irredutivelmente”, disse o presidente da Junta de Freguesia de Carreço.
Segundo Viana da Rocha, se aquele pedido for oficializado terá de haver a respectiva discussão pública e “aí a população de Carreço dará a resposta adequada: não, não e não”. “Não estamos disponíveis para essas práticas”, sublinhou o autarca. Emília Paiva, da direcção da Federação Portuguesa de Naturistas, disse hoje que os responsáveis daquele organismo vão fazer, ao longo deste verão, visitas às praias do norte de Portugal “onde já é habitual” a prática nudista, para se inteirarem das condições e posteriormente seleccionarem as que serão objecto de pedido de oficialização. “Sabemos que na praia de Paçô há muito que se pratica o naturismo, tanto por portugueses como por espanhóis, sabemos que é uma praia muito bonita e, como tal, essa é uma das que podem integrar a lista do nosso pedido”, referiu. Trata-se de uma zona isolada entre a praia de Paçô e a praia da Mariana, separada por rochas e de fácil acesso, onde é frequente a prática nudista. Houve já mesmo quem tivesse pintado a palavra “nudista” numa rocha, como que para demarcar a área. Segundo aquela responsável, “é muito importante” que o Norte disponha de uma praia naturista devidamente oficializada, porque “a procura é muita”. Em Portugal, existem sete praias naturistas oficiais: Alteirinhos (Odemira), Adegas (Aljezur), Barril (Tavira), Belavista (Almada), Meco (Sesimbra), Salto (Sines) e Ilha Deserta (Faro). “Ficam todas a sul do rio Tejo”, notou Emília Paiva, admitindo que esta realidade se possa ficar a dever a uma mentalidade “mais conservadora” das populações do Norte.
Imagem: Olhar Viana do Castelo