O anunciado fim do serviço ferroviário Porto-Vigo “não é particularmente relevante”, porque a ligação que existe “é muito má”, considerou esta terça-feira o presidente da Câmara Municipal do Porto. “Daí a necessidade de se investir numa ligação de alta velocidade entre as duas cidades”, acrescentou Rui Rio, sublinhando que isso deve ser feito “logo que as condições financeiras de Portugal o permitirem”.
O autarca admitiu que para as populações que vivem a norte de Viana do Castelo a decisão tomada pela CP pode ser “penalizante, porque demorar mais de três horas do Porto a Vigo é impraticável nos dias de hoje, mas demorar uma hora de Valença a Vigo, sendo demasiado tempo, não é algo de totalmente insuportável”. “A CP tem de aferir, juntamente com os autarcas locais, se a poupança de custos é efectivamente muito maior do que o serviço público que estão a prestar face à procura que este troço tem tido nos últimos anos”, afirmou ainda Rui Rio. A transportadora ferroviária portuguesa alegou “falta de condições” para continuar a manter o serviço, que tinha partida do Porto duas vezes por dia, alegando que tinha um prejuízo mensal de 19.600 euros e que por isso não deve continuar “a perder dinheiro num serviço operado em território espanhol”.