Os projectos de resolução do PCP e do BE para a suspensão do processo de reestruturação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo voltarão a ser discutidos na próxima semana, depois de sujeitos a alterações que possam viabilizar a sua aprovação pelos diversos partidos. Depois de PSD e CDS-PP terem considerado os projectos “extemporâneos”, apesar de merecerem a sua concordância, porque o Governo já anunciou a suspensão daquele plano de reestruturação, que previa a saída de 380 dos 720 trabalhadores, PCP e BE manifestaram-se disponíveis para alterarem os textos, de forma a acolherem contributos dos diversos partidos.
O presidente da comissão, Matos Correia (PSD), determinou que “ate à próxima semana”, os grupos gerem “um consenso para um texto de substituição”. O deputado comunista Honório Novo sublinhou que a suspensão por parte do Governo do plano de reestruturação que, para os comunistas, reduzia-se a um “plano de despedimento colectivo”, “não torna inútil” a iniciativa e argumentou que o PCP propõe a “reanálise participada” do processo, ou seja, com o envolvimento dos trabalhadores. Segundo Honório Novo, o estaleiro dispõe de uma “carteira de encomendas que poderia garantir a produção plena na empresa até ao princípio de 2015”, no valor de cerca de 500 milhões de euros. A deputada bloquista Mariana Aiveca argumentou que “o Bloco de Esquerda teme que este seja mais um processo de um filme” já visto “em estaleiros em Portugal”, lembrando o caso da Lisnave. O deputado socialista Jorge Fão reconheceu que momento em que o plano foi anunciado – com o Governo anterior em gestão – foi “infeliz” e declarou que o facto de ter sido elaborado por um conselho de administração nomeado pelo Executivo do PS não implica sua “anuência” total. Contudo, o deputado disse ter existido pelos Governos do PS uma “procura incessante de conseguir novas encomendas, soluções para os problemas que foram surgindo”.