Estaleiros de Viana: Adiamento da reestruturação recebida com satisfação pelos trabalhadores

A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) congratulou-se com a suspensão do plano de reestruturação da empresa, que previa 380 despedimentos, e diz-se pronta a “discutir tudo” com o Governo. “Por muito difíceis que sejam os temas, estamos prontos a discutir tudo. Queremos que os estaleiros voltem a ser a empresa do ano, como já o foram no passado”, afirmou o porta-voz da Comissão de Trabalhadores dos ENVC.

 
António Barbosa reagia ao adiamento, para Setembro, da decisão sobre a implementação do plano de reestruturação dos estaleiros. “Foi uma decisão muito acertada que recebemos com muita satisfação. Não tínhamos dúvidas que todo o trabalho que desenvolvemos nos últimos dias estava certo”, apontou ainda o porta-voz, admitindo a necessidade de “reformular todas as ações que tínhamos previstas”. Entre estas contava-se um protesto em Lisboa, a 07 de julho, caso a reestruturação, anunciada na véspera da posse do atual Governo pela administração dos ENVC, não fosse suspensa. “Temos dois meses para apresentar os nossos argumentos”, explicou António Barbosa, admitindo a necessidade de uma reestruturação, mas “feita com as pessoas”. Detidos a 100 por cento pela holding pública Empordef, os ENVC apresentam um passivo acumulado de 200 milhões de euros e fecharam 2010 com prejuízos de 40 milhões de euros.
Em comunicado, após reunião entre José Pedro Aguiar-Branco e as administrações da Empordef e ENVC; o ministério explica que a decisão sobre o plano de viabilidade empresarial ”em todas as suas vertentes, financeira, económica e laboral” e “incluindo o Plano de Reestruturação do Pessoal”, será tomada nessa data. A Câmara de Viana do Castelo, liderada pelo socialista José Maria Costa, já reagiu a esta suspensão, que considerou “uma boa notícia”. “Significa que o senhor ministro quer aprofundar a situação, que é complexa. Por isso fico convencido que será possível encontrar uma boa solução, mais construtiva do que esta”, afirmou o autarca. Aguarda ainda a marcação de uma reunião com Aguiar-Branco, para apresentar argumentos para a viabilização da empresa, com um plano de reestruturação “socialmente mais justo”.