O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, defendeu hoje a necessidade do regresso à terra, considerando que a agricultura é “um sector estratégico” para ajudar o país o sair da crise. “A agricultura sempre foi uma reserva, em situação de crise, para qualquer país, muito mais para Portugal, que tem recursos limitados”, afirmou o governante.
Para Daniel Campelo, “é preciso convocar as energias disponíveis para fazer da agricultura e da produção nacional uma bandeira a curto e médio prazo”. “Muita gente caiu em desânimo, deixou as terras abandonadas, arrancou a vinha, mas esse é o caminho errado. O caminho é de ânimo, de encontrar plataformas que permitam um salto das exportações e melhor rendimento para os agricultores”, referiu. Campelo falava em Monção, na abertura da Feira do Alvarinho, naquele que foi o seu primeiro acto público oficial enquanto membro do Governo. “A ordem é produzir com qualidade, consumir o que é português e exportar. Temos produtos de qualidade, falta escala de organização para colocar o produto no mercado”, disse ainda. Referiu-se, concretamente, ao vinho Alvarinho, cuja exportação não chega aos 1%, apesar de ser “único” no mundo. “Vencer a crise passa pela exportação, e esta é uma região com muita capacidade de crescimento na área de exportação de vinhos”, disse o secretário de Estado. Na Feira do Alvarinho, marcam presença 18 produtores, muito deles pequenos produtores, que, como sublinhou o presidente da Câmara de Monção, José Emílio Moreira, retiram do vinho uma “grande fatia” do seu rendimento familiar. A uva Alvarinho é, em Portugal, a mais bem paga ao produtor, ascendendo a 1,2 euros por quilo. Em 2010, foram colocadas no mercado um milhão e meio de garrafas, num volume de facturação que ronda os três milhões de euros.