O pólo da Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira instalado no Castelo, na antiga Pousada D. Dinis, foi encerrado até à próxima sexta-feira, depois de vários artistas lá representados se terem queixado das condições indignas e “insultuosas” em que as suas obras estavam expostas. Obras de um indiano numa despensa, de um português num vão de escada e de um italiano na casa de banho das senhoras são apenas alguns dos exemplos da forma como a exposição estava organizada. O fotógrafo José Manuel Soares diz que não tem nada contra a bienal mas sublinha que, tendo em conta o patamar que este evento atingiu, as condições apresentadas são inadmissíveis. Agora só espera que a Fundação da Bienal encontre uma forma de “lavar a alma” aos 30 artistas lá representados. Isso mesmo está dito numa carta que os artistas vão enviar à Fundação da Bienal.
O artista diz que “isto é mau demais para ser verdade”, até porque para além de um telefonema do Director da Bienal, até agora não foi contactado por ninguém. O presidente da Fundação da Bienal diz que parte da culpa é da Direcção Geral de Tesouro e Finanças que só três dias antes da Bienal é que cedeu o espaço para aluguer. De qualquer forma assume a responsabilidade pelo facto de ter havido alguma precipitação na abertura da exposição. O presidente da Fundação da Bienal assume a responsabilidade e garante que o pólo do Castelo reabre esta sexta-feira já com “toda a dignidade” para expor as obras destes 30 artistas. Isto numa altura em que o artista italiano Alberto Magrin, precisamente o que tinha uma obra numa casa de banho, já anunciou que vai processar a organização da Bienal de Arte de Cerveira.