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01 Jul 2011

Viana: ex-presidente executivo dos ENVC diz que empresa é “exemplo de desperdício de dinheiros públicos”

Geice FM

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O ex-presidente executivo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) contra-almirante Victor Brito considera que a história recente daquela empresa “é um exemplo de […]

O ex-presidente executivo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) contra-almirante Victor Brito considera que a história recente daquela empresa “é um exemplo de desperdício de dinheiros públicos, por incapacidade da liderança política e por ineficácia das administrações”. Em artigo publicado na Revista da Marinha, Victor Brito acrescenta que a situação a que os ENVC chegaram “é extremamente perturbante, mas essa situação não resultou de qualquer catástrofe inopinada”.
 

 
“Resultou de incúria, incapacidade, arrogância de solicitar apoio especializado no momento próprio, sobreposição de motivações individuais face aos interesses colectivos”, acusa. Antigo administrador do Arsenal do Alfeite, Victor Brito foi nomeado a 05 de Julho de 2010 presidente executivo dos ENVC, mas menos de cinco meses depois pediu a demissão, sem nunca tornar públicas as razões da saída. Pela sua experiência, era considerado um elemento muito importante para estabelecer a ligação entre os ENVC e a Marinha portuguesa, neste momento a principal cliente daquela empresa. Em 2009, a Marinha assinou com os ENVC um contrato no valor de 500 milhões de euros, para a construção de seis navios de patrulha oceânica, dois navios de combate à poluição e cinco lanchas de fiscalização costeira. A nova administração nomeada em 2010 integrava mais dois elementos com funções executivas e outros tantos com funções não executivas, sendo liderada por Carlos Veiga Anjos, o “chairman” da empresa. A primeira tarefa desta administração foi a elaboração de um plano de reestruturação para retirar a empresa de uma situação financeira muito complicada, à beira da falência. Para Victor Brito, esta iniciativa ficou “fortemente comprometida à partida”, com a nomeação faseada dos administradores e com uma alteração estatutária de permeio, “desenhada para satisfazer objectivos de promoção pessoal”. “O estatuto da empresa foi alterado, tendo sido fixada uma solução de governação dualista, totalmente inapropriada e até absurda para uma configuração empresarial mono-accionista que, em acréscimo, depende duma holding do Estado”, critica. O plano de reestruturação foi apresentado a 29 de Junho, apontando como principal medida a dispensa de 380 dos 720 actuais trabalhadores. Na altura, foi divulgado que os ENVC tiveram um resultado negativo de 40 milhões de euros no exercício de 2010, apresentando actualmente um passivo acumulado de 200 milhões de euros. Segundo Victor Brito, esta situação resulta dos avanços e recuos registados ao longo de mais de uma década e da “ausência de orientação estratégica” do lado do Estado accionista. O ex-presidente executivo culpa também a “ineficácia das administrações, algumas mais preocupadas em demonstrar que os engenheiros não percebem nada de gestão empresarial, e incapazes de identificarem as especificidades da indústria naval”. Administrações, continua, que se revelaram “permeáveis a múltiplos acordos laborais populistas, demagógicos e ruinosos, que acumulados ao longo dos anos levaram a acréscimos de encargos de produção economicamente insustentáveis, como é o caso do horário laboral de 37 horas semanais”. Contratos “mal feitos e/ou mal geridos, ausência de adequados mecanismos de controlo e aprovisionamento de materiais e equipamentos insuficientemente acautelados” são outras das críticas deixadas por Victor Brito às sucessivas administrações dos ENVC.

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