A Sala do Ouro – Colecção Fundação Eduardo Freitas acaba de ser inaugurada e já recebeu contributos de cidadãos anónimos vindos de diferentes pontos do país. A garantia foi dada por Manuel Freitas, ourives que decidiu doar mais de 600 peças em ouro à Câmara Municipal de Viana do Castelo.
O ouro doado passa agora a integrar o espólio do Museu do Traje, que funciona no antigo edifício do Banco de Portugal, agora propriedade da Câmara. A colecção é parcialmente visitável no cofre do Museu do Traje e surge na sequência da criação da Fundação Eduardo Freitas, protocolo assinado entre a Associação Empresarial de Viana, a Câmara Municipal vianense e ainda o ourives Manuel Freitas. Numa sala cheia, Manuel Freitas disse que a oferta foi o concretizar de um “sonho” e que nunca pensou em vender as peças. Diz mesmo que a doação ao município foi o “destino natural” das peças que representam mais de 50 anos de trabalho do ourives. Manuel Freitas disse mesmo que já começou a receber doações vindas de outras partes do país, para que o espólio possa ser aumentado. Para Manuel Freitas, a doação é uma forma de homenagear o filho recentemente falecido, Eduardo Freitas, que diz ter sido o “principal impulsionador” da oferta do ouro à cidade.
O ourives recusa revelar o valor das peças doadas e diz que estas não podem ser avaliadas monetariamente pois, “como um filho”, não têm preço. As 604 peças ainda não representam a totalidade do espólio pois o ourives ainda não inventariou todas as peças que possui. Entusiasmado com a doação agora concretizada, Manuel Freitas pede apenas para que a Fundação não seja “visitada por ladrões”, como aconteceu em 2007, altura em que perdeu centenas de peças. José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo, afirmou que a abertura da Fundação é uma oportunidade para “valorizar ainda mais” o património da cidade. A fadista Kátia Guerreiro também marcou presença na cerimónia da criação da Fundação, vestida com um traje de Viana e envergando o ouro vianense. A colecção doada por Manuel Freitas vai ser exposta ao público no Museu do Ouro, integrado no Museu do Traje, de forma rotativa para que não estejam colocadas todas as peças ao mesmo tempo, de forma a garantir a segurança das mesmas. O ouro vai ficar guardado no rés-do-chão do edifício, onde antigamente funcionava o Banco de Portugal, aproveitando a segurança do equipamento.