A empresa Prime Yates aguarda por uma reunião no Ministério da Defesa para formalizar a proposta de reconversão parcial dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo para a qual garante ter o apoio da autarquia. José Pedro Rodrigues, gestor da Prime Yates, afirma ter tudo pronto e apenas aguarda a marcação do encontro.
A empresa pretende estabelecer uma parceria com os estaleiros de Viana que pode chegar, até, à participação na gestão da empresa pública, mas alicerçada na “reconversão parcial” para a náutica de recreio, com uma aposta na reparação de super e mega iates europeus. O gestor quer aproveitar as condições e experiência dos trabalhadores para “garantir um nicho de mercado muito importante. Basta ver que na Holanda e na Alemanha, grandes estaleiros, até militares, foi isso que fizeram”, exemplificou. Em causa estão operações de reconversão e manutenção a iates de 24 a 30 metros de comprimento, aproveitando o mercado do mediterrâneo e Norte da Europa.
A Prime Yates, que se dedica à comercialização de náutica de recreio, facturou em 2010 cerca de 53 milhões de euros e garante que esta reconversão parcial da actividade dos ENVC “tem tudo para ser um negócio apetecível para todas as partes”. A proposta, que visa levar a empresa a concorrer “com maior agressividade comercial” no exterior, merece o apoio do autarca de Viana. José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana, diz ver com “muito bons olhos mais esta forma de viabilização dos estaleiros”. Além de este ser um nicho de mercado importante, enquadra-se na estratégia do município de estabelecer uma cidade náutica em Viana do Castelo. O presidente da Câmara de Viana do Castelo já ouviu os argumentos da Prime Yates e diz-se agora mais optimista em relação ao futuro da empresa pública.
Neste processo, a Prime Yates diz-se disponível para assegurar a formação necessária aos trabalhadores e a gestão comercial da actividade, tendo já preparado um estudo de mercado para apresentar à Tutela. A solução para os Estaleiros será anunciada a 02 de Setembro, durante a assembleia-geral da Empordef, sociedade pública que detém a totalidade do capital social dos estaleiros de Viana.