Uma associação ambientalista de Viana do Castelo denunciou esta quinta-feira a “retirada ilegal e abusiva” de água de um ribeiro da freguesia de Areosa, que “acabou por secar por completo” numa extensão de 600 metros. “Estamos a falar de um ribeiro que, mesmo nesta altura do ano, tinha algum caudal mas que secou devido à retirada diária de água, ilegal, até com recurso a cisternas. Sobretudo de proprietários de terrenos nas proximidades”, alertou Sebastião Bandeira.
O dirigente da Associação de Proteção e Conservação do Ambiente (APCA) descreve a situação do ribeiro do Pego como “grave”, dada “a mortandade que reina no mesmo, particularmente, no que se reporta a exemplares da comunidade piscícola”. “São espécies como a truta e a boga que simplesmente desaparecem, além de toda a fauna associada a estas zonas. Este verdadeiro atentado terá repercussões no equilíbrio do mosaico de ecossistemas”, sublinha. A APCA garante que numa extensão de “pelo menos 600 metros” o ribeiro “secou por completo” e que a retirada de água foi feita “sem qualquer respeito pelos caudais ecológicos”. Este ribeiro, que cruza a Estrada Nacional 13, à entrada de Viana do Castelo, é comum, nos invernos, galgar a própria via, criando situações de cheia na envolvente. “A água foi usada, por exemplo, para encher cisternas ou rega de campos agrícolas, sem que seja considerado o caudal do rio de verão e ignorando absolutamente o que a legislação vigente determina quanto à manutenção de um caudal mínimo”, diz ainda Sebastião Bandeira. A APCA afirma ter solicitado a intervenção das autoridades ambientais competentes por se tratar de um “crime ambiental” e pede o apuramento de “responsabilidades”.
Imagem: Afife Digital