Os deputados do PS querem ouvir os representantes do Estado na Comissão de Negociação com as Concessionárias das SCUT, para “esclarecer e analisar” a auditoria realizada ao processo pelo Instituto de Gestão Financeira. O pedido, apresentado por oito deputados do grupo parlamentar socialista, surge na sequência da aprovação, pela Comissão de Orçamento e Finanças, da audição da IGF e do Conselho de Administração da Estradas de Portugal sobre a auditoria financeira realizada no âmbito da lei de enquadramento Orçamental ao processo de renegociação. Carlos Abreu Amorim, deputado eleito por Viana do Castelo nas listas do PSD, sublinha a ironia deste pedido ter sido encabeçado pelo ex Secretário de Estado dos Transportes, o socialista Paulo Campos, que foi precisamente o responsável por este processo de renegociação. Carlos Abreu Amorim diz ainda não ter dúvidas que o resultado da auditoria vai revelar muitas surpresas.
Carlos Abreu Amorim deixa ainda uma garantia: tal como prometeu durante o período da campanha eleitoral, não vai largar este processo até que toda a verdade seja clarificada. Recorde-se que, depois da renegociação de valores com as concessionárias das antigas SCUT, entre as quais se inclui a A28, com vista a permitir a introdução de portagens, um relatório preliminar do Tribunal de Contas apontava para o facto de as concessões terem ficado 58 vezes mais caras, passando de 178 milhões de euros para 10 mil milhões. Agora Carlos Abreu Amorim garante que não vai desistir enquanto não souber como tudo se processou, tendo inclusivamente já reunido com o novo Secretário de Estado dos Transportes para transmitir as preocupações dos deputados eleitos pelo Alto Minho sobre as matérias que dizem respeito à circulação na A28, e diz mesmo que “caminhos que se puderem voltar atrás têm de ser feitos”. A isto acrescenta que “Portugal parece um país de faz de conta, um jogo de sombras contínuo”, isto a propósito da posição agora assumida pelo ex Secretário de Estado dos Transportes do Governo de José Sócrates. Carlos Abreu Amorim acusa mesmo Paulo Campos de estar a “sacudir a água do capote” e a tentar “atirar areia para os olhos dos portugueses”.