O ferry-boat que liga Caminha a A Guarda, em Espanha, mantém-se hoje em funcionamento, mas a Câmara daquela localidade portuguesa exige uma comunicação escrita “urgente” das autoridades espanholas a dar conta do “timing” do início da dragagem do canal. A presidente da Câmara de Caminha tinha admitido parar o “ferry” a partir de hoje, por falta de condições do canal de navegação, devido ao assoreamento, resultante da não realização da respectiva dragagem, “uma incumbência de Espanha”.
“Espanha já manifestou intenção de proceder à dragagem do canal, e isso, já é um passo positivo, mas nós queremos agora um compromisso escrito com a data prevista para o início dessa operação”, disse Júlia Paula Costa. A Câmara deverá esperar apenas “mais uns dias” por esse compromisso, sob pena de avançar mesmo para a paragem do “ferry”. “Não se trata de uma birra, mas sim de uma inevitabilidade. Ou há dragagens a muito curto prazo ou o ‘ferry’ pura e simplesmente não consegue navegar. Se as autoridades espanholas garantirem que as dragagens arrancam dentro de 15 dias ou um mês, se calhar não se justifica parar agora as carreiras. De outra forma, não teremos outra hipótese”, referiu Júlia Paula.
Na terça-feira, o alcaide de A Guarda garantiu, em comunicado, que a Direcção-geral da Sustentabilidade da Costa e do Mar de Espanha “está disposta” a fazer as dragagens necessárias para assegurar a navegabilidade do canal do ‘ferry’. No documento, sublinhava que aquela Direcção-geral pretendia avançar com as dragagens “a curto prazo”, apenas precisando da autorização da Junta da Galiza e do Governo português.