Escândalo: Atlânticoline abre novo concurso para a construção de dois ferries e “obriga” ENVC a ficarem de fora da lista de candidatos

Numa altura em que se ficou a saber que o prazo dado pelo Governo para encontrar uma solução de viabilização para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo foi prolongado até ao final de Outubro, ficou-se também a saber que a Atlânticoline, que rejeitou um ferry construído pela empresa vianense, abriu um novo concurso para a aquisição de dois ferries, isto depois de ter ido “pela água abaixo” o resultado do concurso anterior, com a desistência do único concorrente, da empresa holandesa Damen. E pela segunda vez, a Atlânticoline fez o concurso de modo a que os estaleiros vianenses não pudessem concorrer, ao determinar que só se podem candidatar empresas com um volume anual de negócios de 15 milhões de euros. António Barbosa, o coordenador da Comissão de Trabalhadores que reuniu com o presidente da Câmara Municipal de Viana para fazer mais um ponto de situação da empresa, diz apenas esperar “que alguém de direito puxe as orelhas a quem tem de puxar”.

 
Já o autarca vianense diz ter recebido a notícia com “estranheza” e o facto de haver “um não dizer nada do Estado Português face a esta situação. Este foi um dos motivos que levou José Maria Costa a pedir uma audiência ao Secretário de Estado da Defesa. O autarca vianense diz ainda que o adiamento do prazo para que seja encontrada uma solução para a situação dos ENVC vem “acalentar alguma esperança” de um desfecho positivo para a empresa. Mostrou-se também preocupado com o facto de haver actualmente encomendas que, face a este impasse, não estão a ter desenvolvimentos na sua efectivação, nomeadamente no que respeita ao segundo NPO para a Marinha Portuguesa e aos dois navios asfalteiros encomendados pela Venezuela.