Estaleiros: Comissão de Trabalhadores muito satisfeita com “palavras de apreço” do ex-presidente brasileiro Lula da Silva

A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo mostra-se muito satisfeita com as “palavras de apreço” do ex-presidente do Brasil, Lula da Silva. Recorde-se que esta quarta-feira, numa visita a Portugal, Lula da Silva defendeu que os estaleiros de Viana poderão vir a ser muito importantes para uma cooperação entre Portugal e Brasil com vista ao desenvolvimento da indústria naval brasileira. O antigo chefe de Estado disse mesmo que “à conta da descoberta de petróleo, vamos ter de construir muitos barcos, navios petroleiros e plataformas e precisamos de contar com a excelência de Portugal”.

 
António Barbosa, da Comissão de Trabalhadores da empresa vianense, diz que podem vir a construir navios militares para o Brasil. Mostra-se satisfeito com o interesse do antigo chefe de Estado e diz que podem construir “todo o tipo de navios”. O ex-presidente brasileiro colocou ainda a possibilidade de construção do mesmo tipo de navio de patrulha já entregue pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo à Marinha portuguesa. Este tipo de navio, construído de raiz na empresa vianense, custa cerca de 50 milhões de euros e pode receber até 67 pessoas. Pela inovação e automação de que dispõe, a embarcação necessita de menos de uma dezena de militares em operação regular. Os estaleiros vianenses já construíram, há 25 anos, dois navios químicos para o Brasil, o “Global Rio” e o “Global Maceió”. Além da construção dos dois navios, os ENVC já repararam alguns navios para o Brasil. António Barbosa valoriza o facto de Lula da Silva “acreditar nos estaleiros” mas lamenta o facto de “um ou outro vianense fazer referências pouco dignas” sobre a empresa de construção naval de Viana. António Barbosa diz que também foi informado do interesse que este navio patrulha tem gerado em países como Moçambique, Angola e Timor-Leste. O representante dos trabalhadores diz-se satisfeito com o interesse de diversos países lusófonos no navio produzido integralmente nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.