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Na chegada a Lisboa, os trabalhadores dos ENVC depararam-se com um local pouco apelativo para almoçar: uma zona em obras, que serviu de estacionamento. Ao contrário do que estava inicialmente previsto, os trabalhadores não puderam fazer um piquenique no Parque das Nações. A Polícia de Trânsito escoltou os 8 autocarros de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo até uma zona deserta, em obras. “Isto é uma pouca vergonha”, foram das palavras mais ouvidas à hora do almoço. Tudo se deveu a uma confusão com a CGTP, que entendeu que os trabalhadores procuravam apenas uma zona para estacionar os autocarros.
“Estamos a ser tratados como animais” gritavam vários trabalhadores, quando repararam no local destinado ao almoço. “Vamos comer no chão? À chuva?”, foram perguntas feitas por diversos trabalhadores. O almoço acabou por acontecer mesmo à chuva, com os trabalhadores de pé, a comerem abrigados pela mala da bagageira dos autocarros. Os cafés mais próximos situavam-se a cerca de cinco minutos a pé e, tendo em conta o elevado número de trabalhadores, não conseguiam servir todas as pessoas. “Quem traz a comida, safa-se. Quem não traz, está tramado”, afirmou a mulher de um dos trabalhadores. Também não estavam disponíveis quartos-de-banho, o que indignou os funcionários da empresa de construção naval.
“No Norte não se recebem assim as pessoas”, “nem dá gosto comer assim”, lamentaram os trabalhadores dos Estaleiros vianenses. “Isto é uma ditadura”, “querem que as pessoas se revoltem”, acusaram.
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