Autarcas de quatro concelhos da Galiza apelaram hoje às autoridades espanholas e portuguesas para fazerem tudo o que estiver ao seu alcance para assegurar a continuidade das carreiras do ferry que liga A Guarda a Caminha. Em comunicado conjunto, os autarcas de A Guarda, Oia, O Rosal e Baiona sublinham que, sem o ferry, o Caminho Português para Santiago pela Costa, reconhecido há dois anos, “ficará mutilado”. Por isso, os signatários reclamam ao “pelouro” da Cultura e Turismo da Junta da Galiza “todo o apoio e toda a ajuda para manter a integridade do Caminho”.
A presidente da Câmara de Caminha, Júlia Paula Costa, ameaçou parar o ferry a partir de 15 de setembro, por falta de condições do canal de navegação, devido ao assoreamento. A autarca de Caminha sublinhou que a responsabilidade das dragagens cabe, desde 2008 e por 10 anos, à Direção Geral do Mar e da Costa de Espanha, mas, acusou, este organismo só as fez nos dois primeiros anos, pelo que o canal se apresenta atualmente “completamente assoreado”. Hoje, os autarcas daqueles quatro concelhos galegos reuniram expressamente para tratar do problema, tendo ainda decidido a todas as instituições de Portugal e Espanha com poder de decisão para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para garantir a continuidade das carreiras. O apelo foi lançado “de uma forma especial” à Direção Geral do Mar e da Costa, “para que, com caráter de urgência, adote soluções que possibilitem que o ferry continue a navegar”. “Na Europa sem fronteiras que todos desejamos e pela qual trabalhamos, o nosso ferry é um vínculo que não podemos perder. E mais, seria desejável que, no futuro, fosse a Europa a assegurar a continuidade da infraestrutura”, acrescenta o comunicado.