Portagens: Autarca de Ponte de Lima acredita que a A27 poderá continuar sem portagens

O presidente da Câmara de Ponte de Lima admitiu acreditar que o Governo não avançará com a introdução de portagens na A27, medida anunciada pelo anterior Governo. Victor Mendes reagia desta forma ao facto de os trabalhos de colocação dos pórticos de cobrança virtual, iniciados em março, não terem sido concluídos. Isto apesar de a Estradas de Portugal já ter admitido, nos últimos dias, que está tudo pronto para o início da cobrança em todas as SCUT.

 
“Além disso, é uma questão de justiça. Os níveis de desenvolvimento da região, como o PIB per capita, estão muito abaixo da média nacional, pelo que só faria sentido essa cobrança quando atingíssemos outro patamar de desenvolvimento”, sublinhou o autarca, eleito pelo CDS-PP. Os 25 quilómetros da A27 integram a concessão do Litoral Norte, ligando Viana do Castelo a Ponte de Lima. Para esta autoestrada, o governo socialista chegou a admitir a colocação de três pórticos de cobrança virtual e os trabalhos preparatórios de instalação avançaram em março para o terreno. O então secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, justificou o alargamento da cobrança à A27 e à A28, no troço entre Viana e Caminha, devido à “exigência” de universalidade pedida pelo PSD. Contudo, apenas foi implementada uma área de cobrança, mas ainda sem pórtico, porque o Governo PS decidiria, semanas depois, não ter legitimidade para definir os valores a cobrar, por estar em gestão. “O que é um facto é que os pórticos não foram construídos e mantenho a esperança na abertura do Governo à não introdução de portagens na A27, mas também no troço [para norte] da A28”, admitiu o autarca.
Victor Mendes acrescenta que quer ouvir uma explicação do secretário de Estado das Obras Públicas sobre a situação “em breve” e acredita que a A27 vai continuar sem portagens. “Se assim acontecesse, seria de elementar justiça. Nesta altura, estamos a aguardar noticias e estou convicto que o Estado só ficaria a perder com a introdução de portagens”, insistiu ainda. Victor Mendes diz que, a avançar, a introdução de portagens na A27 iria “penalizar fortemente as empresas” instaladas no concelho. “E o país tem de sobreviver à custa da riqueza gerada pelas empresas”, rematou Victor Mendes. A concessão Norte Litoral, gerida pela EuroScut, integra cerca de 65 quilómetros da A28 entre Viana do Castelo e Porto, portajada desde outubro de 2010. A este autoestrada somam-se 26 quilómetros da A28 entre Viana e Caminha e a A27, ambas ainda isentas de portagens e sem qualquer pórtico instalado.