O Programa Polis Litoral Norte não passa “de uma falácia no que à protecção e à defesa do litoral concerne”. Quem o diz é a associação ambientalista Corema, isto depois de ter reunido com responsáveis por este programa de requalificação ambiental que envolve os concelhos de Caminha, Viana do Castelo e Esposende. De acordo com José Gualdino, depois de analisados todos os projectos que a sociedade se propõe concretizar, fica a conclusão de que as acções previstas não passam de “intervenções com um carácter meramente urbanístico”.
José Gualdino reclama uma política integrada de protecção da orla costeira. De acordo com o responsável pela Corema, a prova de que as prioridades estão trocadas está à vista nos danos provocados pelo mar nos últimos dias. A Corema acrescenta que “apesar de o Polis Litoral Norte consagrar nas suas linhas de acção os desígnios da “requalificação do território”, da “valorização do património” e de “apostar na sustentabilidade”, as práticas erradas no terreno são mantidas ou mesmo reforçadas através de algumas das intervenções nele elencadas. Além de incongruentes com tais propósitos, são injustificáveis do ponto de vista financeiro, isto se tivermos como referencial uma política de gestão criteriosa dos dinheiros públicos e não o seu esbanjamento”. Sublinha ainda que “os fenómenos de erosão, acompanhados do recuo da linha de costa e até da ocorrência de “galgamentos” e desmoronamento de falésias deverão merecer toda a prioridade e a afectação das verbas disponíveis para o litoral português”.