Numa altura em que as Câmaras Municipais começam a preparar os seus Planos de Actividades e Orçamento para o próximo ano, são muitas as autarquias que estão a sentir dificuldades na elaboração dos respectivos documentos orientadores da gestão autárquica. É o caso da Câmara de Monção que diz que para além dos muitos encargos que foi assumindo ao longo dos últimos anos, vai também ficando esvaziada de transferências do Estado. José Emílio Moreira diz mesmo que este ano vai programar tudo ao contrário, ou seja, primeiro vai ver o que sobra para obras e, só depois das contas feitas, é que distribui a parte sobrante para as obras em freguesias ou instituições do concelho.
O autarca recorda que os municípios têm hoje acumulados muitos encargos financeiros, nomeadamente com a educação, desde transportes, equipamentos, funcionários, cantinas, e o apoio social, uma área onde aliás se prevê que os pedidos de ajuda venham a aumentar. Lembra que vida económica arrefeceu em todos os sectores, e que como tal as receitas da Câmara tendem a diminuir. A isso juntam-se também os cortes nas transferências do Estado. Facto que leva o autarca de Monção a contestar os críticos ao endividamento das Câmaras Municipais. A esses responde que “se não fossem as autarquias o país estaria ao nível da década de 70 do século passado”.