Em Monção, cerca de 5000 pessoas poderão não ter acesso à Televisão Digital Terrestre (TDT). A garantia foi dada à Geice por Augusto Domingues, vice-presidente da Câmara Municipal de Monção. Agora, caso a Portugal Telecom não reforce a cobertura da TDT no concelho, a autarquia local e as freguesias mais afectadas pelo “apagão” analógico estão na disposição de rescindir todos os contratos com os operadores daquela empresa. Reunida esta quinta-feira, a população delineou uma “estratégia” e formas de luta.
Recorde-se que a autarquia desenvolveu um estudo da cobertura da TDT no concelho, onde são apresentadas diversas dificuldades de acesso em vários pontos (zonas baixas), constatando-se a existência de freguesias, como Merufe, Segude e Podame, com a totalidade da população sem acesso à TDT. Existem ainda várias outras freguesias com acesso limitado à TDT. A Associação de Freguesias de Direito Público do Vale do Mouro já fez mesmo um abaixo-assinado que, num mês, recebeu perto de 2500 assinaturas. O abaixo-assinado vai agora ser extensível às freguesias cuja cobertura é “parcial” e, por isso, o número de assinaturas vai aumentar, segundo Augusto Domingues. O executivo decidiu agora que, se nada for feito, o “boicote” à PT é uma forte possibilidade. O vice-presidente diz que a PT apenas teria de invesir cerca de 20 mil euros na instalação de um emissor para que a cobertura passe a ser total.
Para a próxima semana, a autarquia monçanense convocou um representante da PT, para uma reunião. Caso não haja desenvolvimentos, a instauração de uma providência cautelar é outra das possibilidades em aberto.
Também a Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima já contactou a autarquia e mostrou-se disponível para ajudar nesta luta. Augusto Domingues não tem números exactos, mas diz que cerca de 5000 mil habitantes do município estão com dificuldades de cobertura da TDT.
Augusto Domingues informou ainda que vai ser aberta uma rubrica financeira no orçamento municipal para o próximo ano especificamente para esta temática. O responsável autárquico esclareceu que “a verba não será destinada à aquisição de um retransmissor digital nem a comparticipar os encargos da instalação domiciliária”, visando apenas “precaver a situação” e “salvaguardar um direito inabalável das comunidades locais”.