As vítimas de violência doméstica vão poder melhorar o seu bem-estar aliando a ecologia com a psicologia. Caminhar pela praia, observar aves e conhecer o parque do Gerês são algumas das atividades do projeto “CarryOn”, o primeiro do género em Portugal, apresentado esta sexta-feira, ao fim da tarde, no Mosteiro de Tibães, em Braga. A iniciativa promovida pela Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, sediada na Universidade do Minho, tem a parceria da Escola de Psicologia da UMinho, do Município de Braga e do Grupo de Ação Social Cristã de Barcelos. O projeto contempla, até março de 2016, um conjunto de ações para uma centena de vítimas de violência doméstica e seus filhos, além de sessões de formação para técnicos das entidades aderentes, com especial incidência nos distritos de Braga, Porto e Viana do Castelo. “Vamos implementar técnicas que contribuam de forma clara para o empoderamento destas pessoas, promovendo a sua inclusão social, a capacitação individual e o bem-estar físico e psicológico”, diz a bióloga Flávia Alves, da SPVS. As vítimas participantes do “CarryOn” devem estar em acompanhamento psicológico ou psicossocial há pelo menos dois meses e serem sugeridas pela instituição de acolhimento à SPVS. “Estaremos em estreita articulação com cada uma das instituições, complementando o apoio contínuo que prestam. O plano de ação é adaptado ao perfil de cada vítima encaminhada e acordado com esta e os técnicos”, nota Flávia Alves. A bióloga realça que a importância dos serviços dos ecossistemas para o bem-estar humano foi já salientada em diversos estudos científicos. No contexto da violência doméstica, este é um projeto inovador em Portugal. Conta com o apoio do programa Cidadania Ativa, gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian e financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu.