Uma jarra do século XVI e cerca de seis dezenas de antigos potes de farmácia são alguns dos destaques da reabertura do Museu de Artes Decorativas, situado em Viana do Castelo. O Museu reabre ao público este sábado, pelas 17 horas, depois de obras de recuperação orçadas em 320 mil euros. Trata-se do museu mais antigo de Viana do Castelo, situado no atual espaço desde 1923, e que reabre agora com uma nova exposição de faiança.
Maria José Guerreiro, vereadora responsável pelo pelouro da Cultura na autarquia vianense, garantiu que a nova exposição é “lindíssima”, incluindo peças antigas de fábricas de Viana do Castelo, Coimbra, Lisboa e Vila Nova de Gaia. O museu reabre também com uma exposição de mais de seis dezenas de antigos potes de farmácia dos séculos XVIII e XIX, de várias fábricas do país.
A responsável diz que a exposição inclui cerca de 300 peças, sendo que algumas “nunca estiveram em exposição”. Um dos destaques é um vaso do século XVI, com caráter religioso, que é atribuído aos jesuítas.
A intervenção no Museu de Artes Decorativas, financiada em 85% pelo Programa Operacional Regional do Norte (ON2), visou a recuperação estrutural do edifício e a reorganização dos espaços do Museu. As obras, iniciadas em maio de 2014, permitiram dar a conhecer parte do espólio de Faianças que, por falta de espaço, não estava exposto. A intervenção teve por objetivo preservar o edifício enquanto estrutura física e bem arquitetónico de valor patrimonial.
O museu foi formalmente criado em 1888, mas só em 1923 é que passou a funcionar no espaço atual, no largo de São Domingos, com a aquisição do Palacete dos Barbosa Maciel pela autarquia de então. O espaço, que foi o primeiro museu do concelho, reconstitui parte do ambiente do palacete do século 18, com sala de visitas, sala de estar, quarto, capela e sala de jantar, apresentando nos restantes espaços coleções que vão desde o mobiliário indo-português ao mobiliário português, dos séculos XVIII e XIX.
Integra ainda coleções de faianças, como de louça de Viana dos séculos XVIII e XIX, proveniente da fábrica de Darque, em Viana do Castelo, e outras provenientes das olarias de Lisboa e Coimbra ou ainda louça do período pós-pombalino, produzidas nas fábricas do Porto e Vila Nova de Gaia.
Expõe também uma coleção de pintura e desenhos com obras representativas das escolas portuguesas e espanholas dos séculos XVI ao século XIX, de temática religiosa, nomeadamente com trabalhos de Domingos Sequeira, Vieira Lusitano, Vieira Portuense, Carolino Ramos, Pedro Alexandrino, Soares dos Reis, João Glama Strebel, Airylo Wolkmar Machado, Augusto Roquemont, António Alves, Gorge Loukomsky, entre outros.
Em 2002, o então designado Museu Municipal de Viana do Castelo foi certificado pelo Instituto Português de Museus e passou a integrar a Rede Portuguesa de Museus.