A Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) comunicou à deputada comunista Carla Cruz, na tarde desta segunda-feira, preocupações relativamente às burocracias que têm atrasado a contratação dos profissionais necessários na área da saúde. Depois de reunir com a administração da unidade hospitalar, em declarações à Geice, a deputada Carla Cruz disse que “existe uma grande necessidade do reforço dos cuidados de saúde”, dizendo que foi reconhecido que “há saídas de médicos por aposentação, o que, a breve prazo, poderá levar a uma dificuldade temporária”, esperando que o Governo “autorize a contratação de médicos” para a ULSAM. “Temos vindo a assistir a uma enorme dificuldade do Ministério da Saúde em autorizar a contratação de profissionais” pois “os processos são muito burocráticos e complexos”, referiu a deputada, acreditando que o Governo PSD/CDS-PP quer degradar o Sistema Nacional de Saúde (SNS).
“Por opção política deste Governo houve um estrangulamento nas admissões e contratações de pessoal, sejam eles os assistentes operacionais, assistentes técnicos, médicos ou enfermeiros”, acusou, dizendo que mesmo os procedimentos concursais têm um circuito demasiado burocrático.
Outra das dificuldades sentidas na contratação é o facto de todas as admissões dependerem da “chancela” do Ministério da Saúde e também do Ministério das Finanças. “Nós temos o conhecimento que, neste momento, há 1000 contratos que estão autorizados pelo Ministério da Saúde para a contratação de enfermeiros a nível nacional mas o Ministério das Finanças ainda não deu a capitação”, disse a responsável.
Além da reunião com a ULSAM, esta segunda-feira a deputada do PCP reuniu com a Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC), com o presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e com a Associação Regional de Agricultores do Alto Minho (ARAAM).
No encontro com a Associação Empresarial, Carla Cruz foi confrontada com as dificuldades dos empresários de micro e médias empresas, as dificuldades no acesso ao crédito e até com as dificuldades que as empresas multinacionais encontram para a utilização de matérias-primas da região.
Rui Teixeira, presidente do IPVC, confrontou Carla Cruz com as “imensas” dificuldades económicas sentidas pelos alunos do Politécnico. “Nós não conseguimos contabilizar o número de alunos que abandonam o superior, sabemos é que muitos já não têm dinheiro para estudar”, assumiu a comunista.
Na reunião com a Associação Regional de Agricultores do Alto Minho, a deputada do PCP foi confrontada com as dificuldades sentidas pelos pequenos agricultores, considerando que esta é uma “agricultura de sobrevivência” que não tem sido apoiada pelo Governo.